The Walking Penguin #6

 Ela demorou quatro horas para se transformar e isso era o que não saia da cabeça de todo grupo. Começou ficando com febre, seguido de alucinações e, por fim, se transformou. Por pedido dela, deixaram-na presa no Teatro, permitindo que ela se transformasse em zumbi, depois disso as coisas não melhoraram. Duas mortes ao mesmo tempo, Povilho havia ficado para trás no Pet Shop e Rafaars fora mordida tentando salvar Rafinho. Todos, secretamente, culpavam um ao outro.

Pedrinho: Eles… Nós simplesmente os deixamos morrer por não querermos ajudar.

Bolo: Não temos culpa! -- Ele mais do que todos sabia que era mentira -- Povilho e Rafaars fizeram uma escolha. Decidiram colocar outras coisas acima de suas vidas.

Rafinho: Mas se ela não fizesse isso, talvez eu não estivesse aqui.

Pedrinho: Exatamente! -- Pedrinho já estava em pé -- Não posso aguentar essas coisas, não vou ficar vendo pessoas morrerem para salvar os outros. Se eles escolheram morrer, eu escolho ir embora daqui.

Fofucho: Pedrinho… Para onde você iria?

Pedrinho: Para o lugar mais distante, para longe dessas coisas.

Marcols: Eu vou com você! Não vou deixar um amigo sozinho no meio de um apocalipse zumbi. Principalmente você Pedrinho...

Pedrinho: Obrigado! Pera… Ei! -- Depois de dar um soco no Marcols se virou para Fofucho -- E você… Vem comigo?

Fofucho: Prometi para a Jo que a esperaria no Acampamento, por favor, não posso impedir vocês, mas venha conosco.

Pedrinho: Eu já escolhi.

Rafinho: Tudo bem então... Adeus Pedrinho e Marcols.

 E assim cada um seguiu seu caminho, Pedrinho e Marcols foram em direção ao normalmente calmo Dojo, a norte, enquanto o resto do grupo continuava em seu trajeto para o Acampamento, a sul. Do outro lado da ilha, o lugar que um dia fora o iglu de alguém estava destruído, uma das paredes havia caído e dos três que inicialmente haviam estado lá, só dois sobraram.

Thalia: O que está… O que aconteceu? -- Drak estava dormindo do seu lado, tão profundamente que parecia estar morto -- Drakath! Acorda!

Drakath: Não mãe… Eu não gastei todo dinheiro em… Mas o que?

Thalia: O que aconteceu? Onde esta Chsk?

Drakath: Então… Assim que matamos todos os zumbis a parede atrás de nós estourou, você caiu de cabeça, daí tudo ficou muito confuso, uns homens começaram a entrar e levaram o Chsk.

Thalia: O que? -- Ela levantou-se rapidamente e foi conferir o estoque -- Não nos roubaram, mas levaram Chsk? O que iriam querer com ele?

Drakath: Não sei, mas não estamos seguros aqui -- Pegou a mochila e foi até o que restava da porta, no lado de fora pode ver vários zumbis mortos no chão --  Sejam quem forem tem muitas armas.

Thalia: Temos que achar a Joaninha e o Beiu, me passe minha arma… -- Drakath jogou a arma para ela e começou a encher uma mochila com comida -- Eu jurava que tinha sobrado uma bala aqui, mas agora não tem nenhuma.

Drakath: Não sei… Temos que sair agora, a tarde vai logo acabar e sair a noite não é uma opção.

 Seguiram pelo caminho onde Joaninha e Beiu haviam passado, o sol estava quente no céu, mas eles não imaginavam o que os aguardava no Iglu do Diego. Do outro lado da ilha, passados duas horas desde a separação, o grupo de Fofucho, Rafinho e Bolo estavam do outro lado do lago, onde podiam ver o Acampamento. Era um lugar cercado por grades e com um único edifício maior que a Plaza e o Centro juntos.

Bolo: Então… Chegamos. Não há sinal de movimento, vou na frente. Só saiam daqui quando eu der o sinal, fiquei de olho naquelas pedras, vou até la e o mando -- Bolo pegou um pedaço de espelho da mochila -- Um sinal vocês vão, dois esperam e três… Fujam o mais rápido que puderem. Entendido?

Fofucho: Tudo bem, vá rápido, se anoitecer não terá Sol para se fazer reflexo nenhum. -- Bolo se levantou, tirou a arma e o espelho da mochila e a deixou. -- Rafinho, me ajude a esconder uma mochila no mato, caso algo dê errado temos uma garantia.

Rafinho: Certo… Sobre isso, eu não pretendo mais ficar aqui para sempre -- Fofucho parou de esconder a mochila e olhou para Rafinho -- Claro, ninguém pretende, mas se não encontrar o que procuro la dentro, vou embora na hora.

Fofucho: E o que exatamente você procura?

Rafinho: Quando Rafaars estava começando a ter febre ela… Ela me implorou para que eu não deixasse ela morrer, disse que não poderia morrer agora -- Lagrimas chegaram no olho de Rafinho -- Ela pediu para eu salva-la.

Fofucho: Você não podia… Não havia como!

Rafinho: Eu podia… Tinha que ter evitado que ela fosse mordida! Eu estava no Teatro, ela foi la para me salvar e morreu por isso. Mas… Você me perguntou o que eu estava procurando, não é? Pois bem, estou procurando atender o último pedido de Rafaars. Vou achar Drakath, o homem que ela amava, e não vou deixa-lo morrer por nada nesse mundo.

Fofucho: E se ele já estiver morto?

Rafinho: Então não terei mais nada para fazer aqui… -- Nesse momento, uma luz refletiu nos olhos de Rafinho -- É o sinal, vamos.

Fofucho: Espere! -- O segundo raio de luz apareceu entre as pedras fazendo-os parar, quando o terceiro sinal chegou, já era tarde. Agora Fofucho e Rafinho estavam no chão ambos atingidos, um na perna e outro no peito.

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